sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Nas quintas-feira na cidade de Fortaleza, é tradicional o consumo de uma iguaria bem interessante, o caranguejo. Mas, de onde vem o caranguejo? O Caranguejo Úçá , aquele que é idolatrado, servido em molhos mais diversos, está praticamente extinto do litoral nordestino. Há ainda alguns resquícios de sua presença na foz do Rio Parnaíba no Estado do Piauí. Porém, hoje, a maioria da demanda de consumo é oriunda dos Estados do Norte do País. Porém, até mesmo em locais bons de caranguejo, como em regiões de mangues densos do norte do país, a espécie está se acabando. Na verdade, estudos comprovam que cerca de 75% de todas as espécies animais de todo o mundo estão desapareceram de 100 anos pra cá. E nosso caranguejo está sofrendo com isto. Mas, como vivem os caranguejos? Ucides cordatus, nome científico dele, vive em mangues, aquelas terras que o mar fica molhando diariamente e cheia de plantas, cheiros esquisitos e salgada. Come de tudo, mas, adora folhas, frutos e sementes em decomposição, como um urubu. É extremamente organizado, cada caranguejo tem sua toca. O invasor da toca alheia é expulso na hora. Quando quer namorar saí da toca e fica andando como se não quer nada, pelo mangue, de bobeira, geralmente entre dezembro e maio, demorando cerca de 2 anos para ficar adulto. Mas, o tamanho ideal, quando tem as ¨patonas¨, é quando chega aos 6 ou 7 anos de idade. Ele não nasce como um caranguejo pequenino e sim como uma larva. Na verdade, passa por duas fases de larva, como o sapo - girino. Inclusive, esta larva vai para o mar, lavada por correntes, chegado a mais de 400km longe do mangue natal. Por isto é tão difícil criar o caranguejo. Cabe a nós, consumidores desta iguaria deliciosa, saber as consequências dos nossos atos, usando nossa capacidade racional para propor soluções e não darmos o adeus para os caranguejos uçá ou às quintas feitas da cidade de Fortaleza.


via Ciência do Povo http://ift.tt/1Kul9WC

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